O Porco Preto Alentejano
Historicamente preservada em Portugal, a Raça Alentejana é autêntica e valorizada em todo o Mundo pela sua genuinidade plena.
Em 27 a.c., o sudoeste da Península Ibérica foi dividido em duas zonas, e o bosque mediterrânico deu origem ao montado de azinho e sobro.
Portugal reúne excelentes condições para a criação do Porco Alentejano.
A raça alentejana é descendente dos sus mediterraneus javali do sul, derivando do tronco ibérico ou românico.
Devido à sua genética e inexistência de cruzamentos com outras raças, regista maior capacidade de infiltração de gordura intramuscular.
Assim se explicam as nervuras marmoreadas que dão à carne uma untuosidade e textura únicas, e um paladar e aroma inconfundíveis.
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O Porco de Raça Alentejana pasta em total liberdade no montado durante 18 a 24 meses, em regime extensivo.
Percorre 2 a 3 horas por dia, na busca de alimentos disponíveis (bolota e pasto).
Na época de montanheira (Novembro a Março) alimenta-se sobretudo de bolota, entre 7 a 10 Kg por dia representando um aumento de peso diário de 1 Kg, até alcançar 160 Kg.
Rica em ácido óleico, a bolota é responsável pela gordura que se desfaz na boca e inconfundíveis aromas e sabores.
A Origem
A Raça Alentejana é única e valorizada em todo o Mundo pela sua autêntica genuinidade.
A Raça Alentejana é única e valorizada em todo o Mundo pela sua autêntica genuinidade.A Raça Alentejana é descendente do sus mediterraneus javali do sul, derivando do tronco ibérico ou românico.
Até ao início do século XX, existiam na Península Ibérica duas grandes populações de porcos autóctones. Os Celtas, com origem nos porcos nórdicos e os chamados Ibéricos, oriundos dos porcos mediterrâneos.
Estas duas populações, para além de possuírem diferentes origens raciais, também viviam num habitat bastante diferenciado.
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Os Celtas desenvolviam-se no Noroeste da Península, em bosques do tipo atlântico e zonas de clima suave que resultavam num sistema de alimentação baseado no aproveitamento das ervas, forragens e tubérculos durante todo o ano e aproveitando frutos como a castanha na época de Outono / Inverno. Pelo contrário, no Oeste e Sudoeste da Península os porcos Ibéricos, dispunham de um habitat baseado nos bosques tipo mediterrâneo com grande abundância de azinheiras e sobreiros que lhe conferiam grande disponibilidade de bolotas e landes, durante o Inverno e bastante erva na Primavera, mas com grande escassez de alimentos durante o Verão e o princípio do Outono.
Como resultado destas diferenças, desenvolveram-se dois tipos de animais bastante diferentes, sendo essas diferenças bastante acentuadas devido essencialmente aos diferentes sistemas de alimentação das populações rurais das áreas geográficas onde estes animais se foram desenvolvendo.
Nos porcos Celtas, a sua produção foi canalizada para a comercialização de carne fresca e produtos de salsicharia, enquanto nos porcos Ibéricos as suas carnes e toucinhos eram canalizadas para produtos curados e de larga duração.
Actualmente, o porco preto alentejano atingiu uma grande importância como suporte da alimentação humana, em Portugal, quer como fornecedor de carne para consumo em fresco, quer como fornecedor de matéria-prima para a elaboração de enchidos, que mediante vários processos de conservação garantiam o seu consumo durante todo o ano.
Historicamente preservada em Portugal, a Raça Alentejana é única e valorizada em todo o Mundo pela sua autêntica genuinidade.
A produção extensiva tradicional ou em modo biológico de porco Alentejano utilizando os recursos alimentares dos montados constituem excelentes exemplos do que devem ser os actuais sistemas de produção animal: tecnicamente apropriados, economicamente viáveis, socialmente aceites e ambientalmente correctos.
Hoje existem interesses adicionais neste produto e na preservação e melhoramento da raça.
O porco prero alentejano “é uma mais-valia sobretudo para as regiões extensivas de sequeiro” onde predomina o montado de sobro e azinho, onde pastam em total liberdade no montado durante 18 a 24 meses, em regime extensivo, chegando até ao consuimidor final carne saborosa e de qualidade garantida.
Portugal reúne óptimas condições para a criação do Porco Alentejano.

A Alimentação
Montado Alentejano e a Bolota
A Montanheira é a época final da engorda dos porcos pretos de raça alentejana. Um regime que se caracteriza essencialmente pelos animais pastaram ao ar livre, no montado de azinheira e sobro, e à base dos recursos naturais existentes. A principal diferença entre o Montado de azinho e o Montado de Sobro é o tipo de exploração que lhes está associado. O primeiro destina-se à produção de “fruto” – a bolota – que constitui a base de alimentação do porco preto e o segundo à produção de cortiça e também da bolota.
Bolota do Montado de Azinheira
O fruto da azinheira é uma bolota oval, um aquénio com cúpula com metade do seu comprimento. São frutos adocicados, que contêm grande percentagem de óleos benéficos para alimentação directa do gado suino. As bolotas têm o interior do endocarpo /a pele interior da casca) com pelos acetinados; o seu comprimento é de 2 a 3 cm, com pedúnculo lenhoso e rijo. A sua maturação decorrer na época do Outono.
Bolota (ou lande) do Montado de Sobreiro
O fruto da sobreira chama-se lande (popularmente landre, alandia) e destina-se à alimentação aos porcos nos montados alentejanos. Estas bolotas são (algumas) largas e peludas no ápice, com interior do endocarpo desprovido de pêlos (ou quase) com escamas deitadas e densamente enfeltradas. A maturação dos frutos é de Setembro a Janeiro.
O Porco Preto Alentejano, é reconhecido mundialmente pela sua pele preta, cabeça comprida, orelhas pequenas e, sobretudo pelo sabor suculento da carne. Os porcos pretos iniciam no final de Outubro um período de engorda no montado alentejano onde, bolota a bolota, vão ganhar os músculos e a gordura que fazem a reputação do presunto alentejano e da saborosa carne. Percorrendo quilómetros, alimenta-se de bolotas e tudo o que o montado de azinheiras e sobreiros lhe oferece (ervas, cogumelos, bichos) este omnívoro vai ganhar em dois a três meses cerca de 60 a 80 kg, que acrescentará aos 80 a 100 quilos iniciais. Alternando longos períodos de caminhada sem parar de comer e sestas digestivas quando já não pode mais, andando até de noite quando há luar, o porco de raça alentejana vai “metabolizando” os frutos do montado, que melhor do que qualquer outro transforma em carne. No fim deste período, é o teor em ácidos gordos dos seus tecidos, e muito especialmente a percentagem de ácido oleico, que determinará a qualidade da sua carne e portanto o seu valor para a indústria de transformação. As gorduras do porco alimentado a bolota estão cheias de ácidos gordos, fonte do “bom colesterol”, tal como no salmão, sardinha, sarda e cavalas.
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Devido à sua genética e inexistência de cruzamentos com outras raças, regista maior capacidade de infiltração de gordura intramuscular. Assim se explicam as nervuras marmoreadas que dão à carne uma untuosidade e textura únicas, e um paladar e aroma inconfundíveis. A alimentação do Porco Preto Alentejano consiste num regime extensivo de pastoreio nos campos, em montado de azinheiras e sobreiros, pasta em total liberdade no montado durante 18 a 24 meses, percorrendo 2 a 3 ha por dia, na busca de alimentos disponíveis (bolota e pasto). Na época de montanheira (Novembro a Março) alimenta-se sobretudo de bolota – 7 a 10 Kg por dia representando um aumento de peso diário de 1 Kg. Rica em ácido óleico, a bolota é responsável pela gordura que se desfaz na boca e inconfundíveis aromas e sabores. O regime da bolota combinado com a ingestão de ervas frescas e plantas aromáticas, é sem dúvida a matéria-prima insubstituível para conseguir as melhores carnes, enchidos e presuntos. Os segredos da elevada qualidade desta carne deve-se à liberdade de pastagem e sobretudo à alimentação natural da zona. O Alentejo com as suas vastas áreas de montado de azinheiras e sobreiros reúne condições ímpares, para a criação do porco preto Alentejano.
Ciclo de Vida
O porco preto alentejano é um animal de crescimento lento e necessita de idade para possuir estrutura de engorda, por outro lado necessita de ter a estrutura muscular exercitada antes de iniciar a engorda em montanheira.
Desta forma, só a produção de uma forma extensiva proporciona ao animal o desenvolvimento das suas capacidades e características de qualidade.
A rusticidade associada à raça é determinante para o aproveitamento extensivo da montanheira.
O maneio normal do porco alentejano durante a fase de crescimento, que representa cerca de 12 a 16 meses, passa pelo aproveitamento das ervas de Outubro até à primavera, restolhos de verão e aproveitamento de outras culturas agrícolas, complementado com cereais e/ou alimentos compostos controlados.
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O encabeçamento nas engordas em montanheira (bolotas), não ultrapassa um porco por hectare, verificando-se normalmente três hectares por porco engordado.
O cliclo de vida do porco preto corresponde intrinsecamente à sua alimentação e projecção de abate.
Criado em regime extensivo no montado alentejano, até aos 12-14 meses, com cerca de 115-130 Kg de peso vivo os porcos são abatidos, para fabrico de enchidos tradicionais.
Quando a carne é para consumo em fresco os animais săo abatidos com cerca de 90 Kg de peso vivo.
O ciclo de vida do porco preto é dividido em:
Amamentação: Nos 2 primeiros meses de vida a alimentação é exclusivamente feita de leite materno.
Recria: Mais tarde é utilizado um sistema semilivre, isto é, as crias saem do pé da mãe e comem ervas e raízes frescas.
As recrias vão para o Montado Alentejano, uma área extrema e plana e montes rolados, compostos por azinheiras, oliveiras e sobreiros, até obterem o peso ideal para abate.
A produção de porco Alentejano de montanheira continua a ser uma actividade promissora visando o fornecimento de matéria prima para as indústrias nacionais de presuntos e enchidos e a produção de carne para consumo em fresco. As modalidades de exploração atuais conservam os traços dominantes e as características mais interessantes do sistema de produção tradicional, nomeadamente a engorda de porcos na montanheira. Não existe um sistema de produção uniforme, já que as épocas de cobrição, o maneio alimentar, o peso e idade de abate variam em função da tradição e do destino da produção.
Características da Raça
- Tipo: Corpulência médio-pequena, esqueleto aligeirado, grande rusticidade e temperamento vivo.
- Pele: Preto ardósia, com cerdas raras, finas, de cor preta ou ruiva.
- Cabeça: Comprida e fina de ângulo fronto-nasal pouco acentuado, orelhas pequenas e finas, de forma triangular, dirigidas para a frente e com a ponta ligeiramente lançada para fora.
- Pescoço: De comprimento médio e musculado.
- Tronco: Região dorso lombar pouco arqueada, garupa comprida e oblíqua, ventre descaído, cauda fina de média inserção e terminada com um tufo de cerdas.
- Membros: De comprimento médio, delgados e bem aprumados, terminando por pés pequenos e de unha rija.
- Andamentos: Ágeis e elásticos Características
- Sexuais: Macho com testículos bem salientes e medianamente volumosos. Fêmea com mamilos em número não inferior a cinco de cada lado.
Qualidade dos Porcos da Montanheira
O famoso Porco Preto da Raça Alentejana é criado em pleno campo, nos montados de sobreiros e azinheiras, com todo o vagar durante 12 a 18 meses; no período de Novembro a Março a sua alimentação é enriquecida com a bolota conferindo à sua carne características únicas de aroma e sabor.
São aqueles chamados os porcos de Montanheira, criados em plena harmonia e ao ritmo da natureza.

Os nossos porcos são criados nos montados da planície alentejana em regime de liberdade, com engorda a bolota ou a rações produzidas.
Possuem uma carne mais suculenta, mais saborosa e com um aroma ainda mais intenso.
Contactos
A Herdade dos Cuncos do Meio está localizada no Alentejo em plena Estrada Nacional N4 entre Montemor-o-Novo e Silveiras.
Morada
Herdade Cuncos do Meio
7050-677 Silveiras - Portugal